Amanhã, quinta-feira, Adão vai estar na Itiban. Vai conversar com o público e com o Benett e autografar seu lançamento mais recente, Rocky & Hudson. Conversamos rapidinho com ele por email. Veja a seguir:
Como está sendo o retorno de suas publicações fora do país?
Adão – A França é o país onde o meu quadrinho mais funciona. Talvez pelas influências do Wolinski, Reiser, Vuillemin, etc. E porque Rocky & Hudson, quando arranham o francês, fazem biquinho. Essa é uma das especialidade dos caubóis gays.
Como é acompanhar tudo isso pelo que tem passado o Brasil lá da Argentina?
Adão – É a mesma coisa. Já que todo mundo acompanha as coisas pela internet e redes sociais. Ninguém mais tem vida real (risos). Na verdade, o Brasil está repetindo algumas coisas da Argentina: populismo, polarização e a volta de xingamentos do tipo: reaça, coxinha, comunista.
Em momentos críticos como os que vivemos, cheios de acontecimentos, o humor tem muito adubo?
Adão – Desde que nasci, vivo momentos críticos. Talvez isso passe quando eu morrer.
Você acha que há muito policiamento daquilo que deve e não deve ser dito?
Adão – Sim, voltaram a baila também as “patrulhas ideológicas”. Para mim, isso só fazia sentido nos anos 1970.
Qual é o limite entre a liberdade de expressão e a ofensa?
Adão – Acho que se pode fazer humor de tudo. Mas cada humorista tem seu tom. Não sei onde é o limite. É como tentar descobrir o limite entre o ânus e os ovos.
Porque você escolheu fazer quadrinhos de humor e não, sei lá, contos de crime e mistério?
Adão – Porque nasci meio palhaço, acho. Sempre tive a tendência de sacanear a tudo e a todos. Não fui eu que escolhi fazer humor. O humor que me escolheu.
